Não havia Climatempo e o Cléo Kuhn ainda estava começando. Pouco importava. Quem acertava mesmo a previsão do tempo era o galo lá da casa da vó Ninha. O bichinho ficava na estante e mudava de cor de acordo com a meteorologia.
O corpo era revestido por cloreto de cobalto, um sal que reagia com moléculas de água do ar. Por isso, o galo ficava azul quando o tempo era seco e rosa em dias úmidos.
Algumas vezes, senti vontade de arremessá-lo pela janela por ter ficado rosa na véspera das aulas de educação física e dos torneios de futebol do colégio.