Pergunta em desuso hoje em dia, mas que acelerava nossos corações. Na turma da quarta-série, em 1992, havia uma colega belíssima por quem todos da sala sonhavam, inclusive eu. Olhos verdes, cabelos loiros compridos. Chamava-se Amanda.
Certa vez, durante uma aula de Educação Artística, na qual tínhamos que construir uma cidade sobre uma folha de isopor utilizando cartolinas e caixinhas de remédio, senti um toque no meu ombro e escutei uma voz inocente:
– Guga, quer namorar comigo?
O mundo parou. Tirei a sorte grande, eu era o escolhido e bastava um sim para que eu tomasse posse da mais almejada menina da turma. Andar de mãos dadas, dividir um pacote de salgadinho, escrever cartas e até beijar na boca, incrível.
– Amanhã te digo a resposta! – respondi.
Voltou para a casa o guri de 10 anos mais feliz que existia. Apenas um pouco tímido, é verdade, mas feliz. Era impossível conter a satisfação. Pulei, dancei, cantei. O dia seguinte seria o da consagração.
Em meio à aula de História, escutei um psiu. Com os indicadores, Amanda gesticulava pela resposta. Também usando os dedos sinalizei que responderia depois. Então, mais uma tarde se foi, a situação ficou preocupante. Tudo havia ficado para o outro dia.
O terceiro dia era a obrigação de responder sim. Amanda não perguntou. Talvez tenha interpretado meu embaraço como uma negativa. Minha timidez na época aguardou uma terceira tentativa que nunca mais surgiu. Chorei por várias noites.
Tempos inocentes em que os namoricos ainda começavam assim. Espero que meus filhos nunca deixem passar nenhuma Amanda.
a pergunta que nao quer calar: por onde anda essa amanda hoje em dia?
Sei que anda bem, comprometida, inclusive.
que lindo… tb etnho mtas saudades destes amores de infância..
São muito legais.
Desde pequeno um romântico. Q coisa mais fofinha. Bjs
Só não precisava ser tão tímido, né?! hehe